Independente da idade, todas as pessoas têm risco de cair, porém no idoso o problema pode ser maior, interferindo em sua funcionalidade e qualidade de vida, o que pode ocasionar a perda de sua independência e autonomia, aumentando a necessidade de cuidados especializados e internação. Além disso, as quedas são a terceira causa de mortalidade entre pessoas com mais de 65 anos.
O risco de quedas em idosos é proporcional ao aumento da idade, suas causas são multifatoriais e podem ser potencializadas por:
a) elementos intrínsecos que são provenientes de alterações fisiológicas e psicológicas, instalação de processos patológicos, efeitos colaterais e/ou interações medicamentosas;
b) elementos extrínsecos que são provenientes de perigos ambientais, como degraus ou escadas, baixa iluminação e tapetes, além de vestimentas inadequadas, mais frequentemente os calçados. Esses elementos atuam comprometendo os sistemas envolvidos na manutenção do equilíbrio.
Dentre as alterações fisiológicas e psicológicas comuns na 3ª idade podemos destacar o declínio cognitivo, a fraqueza muscular, os distúrbios do equilíbrio e da marcha, com consequente utilização de dispositivos auxiliares, dependência funcional e/ou imobilidade. A crescente inatividade com o avançar da idade é um fator importante para a causa dessas alterações, o que ocasiona, entre outras coisas, aumento do medo de cair e pode potencializar a inatividade. Não podemos deixar de ressaltar a suspeita de depressão e as doenças crônicas associadas. Quanto mais fatores acumulados, maior o risco de o indivíduo cair.
O tipo de lesão mais comum decorrente de quedas é a fratura de fêmur que pode desencadear uma série de complicações e comorbidades, pois durante a recuperação, o indivíduo precisa ficar um tempo sem colocar o pé no chão e esse tempo para o idoso, que já tem uma perda fisiológica de massa óssea e muscular, pode dificultar o retorno de suas atividades, diminuir a mobilidade, restringir o convívio social e acarretar na perda de sua independência. Esse tempo de inatividade aumenta o risco de trombose, infecção urinária e pneumonia.
É aí que mora o perigo! Pois, após a primeira queda, há aumento do medo de cair novamente e consequente aumento do risco de ocorrência de outro episódio de queda.
Bruna W. Cuba Tavares
Fisioterapeuta
CREFITO:214815-F
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